Abriste a porta do meu quarto
E sorrateiramente adentraste-o
Cabelos soltos, camisola de seda
Que em encontro com a luz da lua
Tomava uma tonalidade perolada
Passos lentos, olhar insinuante
Deitaste em minha cama com delicadeza
O cheiro do teu corpo me roubava os sentidos
Tua pele já começava a esquentar
Cabelos ainda úmidos, pescoço perfumado
Ainda exalando o J'ADORE do Dior
Tão presente em minhas narinas
Desde o dia em que nos amamos pela primeira vez.
A minha insistência em não te resistir
Puxar teus cabelos pelo pé da nuca
Olhar no fundo dos teus olhos
Morder teu queixo, sugar tua língua
Usar os dentes para tirar tua roupa
Todas as loucuras que me induziste a cometer
Tuas lamúrias, gritos e respiração ofegante
Não importava se eu estava em baixo
Ou se estava em cima... era um despudor voraz
Todos os palavrões e discrepâncias
Que adoravas quando eu as propagava em teus ouvidos
Palavras xulas, por vezes ditas
De "puta" à "meu amor"...
Tantas noites nos vestimos de loucos
E tantas vezes deixamos nossa máscara cair
Éramos só você e eu, a carne e a faca
Desprendido da miséria e hipocrisia do mundo
E entregues a delícia de um gozo desmilinguido
Atroz, nítido, putrefato e odioso
E finalmente deitávamos, suados, exaustos
Mortos de tanto prazer
É melhor morrer te possuindo à ultima migalha
Que tentando ser humano num mundo desprezível
Como este em que estamos agora
Resta-me olhar no vazio e te possuir em pensamentos
Onde quer que você esteja, nenhuma noite
Em nenhum momento de minha vida, foi igual aquela.
W.Choppinho
Recife, 12 de Abril de 2009
às 03:12h
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