quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

QUADRANTES IRREGULARES

O caminho de cada coração apaixonado
Segue quadrantes irregulares sobre espinhos
Cada qual com sua dor, com seu penar
E me vejo aqui, mais uma vez a falar de sonhos
Não há como sonhar sozinho, é preciso sermos muitos
Sonhos são antíteses da vida hipócrita que levamos
De um mundo sem alma e sem coragem para seguir
Se faz necessário romantizar a vida,
Mas ela precisa ser vivida.

E lá vou eu, de novo, a falar de sonhos
Mas é preciso a ilusão de um grande amor
Fazer de conta que há ternura no NÃO
Abrir a porta sem se importar se é pra sofrer
Negar o fruto de um desejo incontido
É ceder ao ego da podridão de um sentimento
A carne que rega o peito sufoca o amor
O filho bastardo de uma mente delirante
A procurar sua ama-de-leite em meio aos escombros

O caminho de cada coração apaixonado
É o tempo que se faz da razão entre suas grandezas
E meu mundo é um árido punhado de culpas
Com uma flor no centro, e uma mão poente
A regar o sentido ínfimo e sagrado da vida
É preciso amar do fundo da alma
E parar a beleza, no íntimo da loucura!


W.Choppinho

Recife, 10 de Janeiro de 2009

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

AUTO-ANÁLISE

Vivo a estranhar as coisas da vida.
Meu mundo é seco e meus olhos, o oposto.
Ninguém sabe o que é o amor
Até descobrir o amargo do desprezo.
Eu vejo em cada olhar um asceno
E planto paixões em terras inférteis.
Eu devo estar ficando louco ou sóbrio.

Se colocaram em meu copo uma dose de felicidade,
Esconderam a garrafa em algum lugar imundo.
Sozinho não consigo achar beleza em nada.
E tudo parece fruto de um mesmo desamor
Regado por lágrimas: sofridas e ácidas.
"Cala-te coração, ponha-te em teu lugar"
Ele não ouve... faz de conta que emudece.

Já não sou eu quem escreve estas frases,
Sou um simples fantoche desmiolado,
Mas meu coração é deverasmente apaixonado
E sofre por mim e pelos outros.
O que há de estranho com o que sinto?
Se o que vejo é tão triste
E o que faço... tão errado?
Pois bem sabeis, sou inanimado,
Descartável aos olhos da alma.
Escrevo poemas em folhas amanteigadas
E ouço elogios de tantas pessoas
Que sequer fazem valer o amor que lhes foi dado.

Mas não sou eu que julgo a verdade;
A verdade é única e tem ciúmes dos "porquês"
Não por uma razão ou fato isolado
Mas por saber que ninguém é digno
Em se contrapor a ela ou a si próprio.

Ainda não sei por que
Vivo a estranhar as coisas da vida.
Talvez por medo, por insegurança,
Mas só amo a quem desama.
E isso me faz ser mais do que preciso
E ter menos do que eu mereço.


W.Choppinho

Recife, 27 de Janeiro de 2009

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

POEM FOR A FRIEND IN LONDON

Saudade é coisa que não se explica
Mas se aplica... e planta no peito um vazio
De que se faz a vida senão de desejos?
Também de anseios e um pouco de dor?
A tua partida foi assim, como um fim de tarde
Um pôr-do-sol... e a beleza de uma despedida
Acompanhada da certeza do teu retorno
Anoitece... e silencia, olho o relógio
E lembro que hoje é domingo
E espero o telefone tocar
Mas é mais um dia que vou a pracinha
Comer pastel em frente a igreja... sozinho!
Aguardo teu regresso
Assim como um pai espera um filho
Vindo da guerra... longe por meses
E quando voltares, direi:
"Todo caminho tem ida e volta
Você não voltou atrás
Apenas vieste ao teu encontro".


W.Choppinho


Poema para o amigo Giovanni Matos, atualmente morando em Londres.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

PRIMEIRA ODE À AMADA

Não há um só minuto que eu não pense em ti
E não só penso... te desejo, és parte de mim
Eu não pedi, não planejei, apenas segui
Mendigando a todo tempo um pouco do teu carinho
Não há como negar, meu corpo vibra, as mãos suam
Basta chegares perto e me olhar
Mesmo o teu olhar de despreso tão presente
Não vês que teu lugar é ao meu lado?
Deixa eu te conhecer, deixa que eu pertença a ti
Não digas que és mais uma, sabes que não és
És a flor que guarda em si o pólen da vida
Só podes ser única, apenas minha
Nada mais que um poema, nada mais que uma saudade
Apenas a linda flor, o âmbar da doçura
E como à vida, te quero tanto e quanto mais

W.Choppinho

PERDIDO EM MEU MUNDO

Aqui, eu e meu mundo. Perdido e procurando respostas pras coisas que por muitas vezes não se questionam. Sou um simples jovem, metido a fazer versos do Recife. Cidade que traz a beleza das obras e virtudes de outrora e escancara a miséria e desumanidade. O que eu busco é encontrar a beleza em tudo que se faz presente no universo, nada para mim é completamente sujo que não se possa ver o seu núcleo, a sua essência. O ser humano é belo... é ímpar, tanto na capacidade de amar quanto na qualidade destrutiva. Mas é a beleza do ser que eu procuro, e é por ela que hoje me encontro PERDIDO EM MEU MUNDO. Meu mundo pode não ser um bom lugar pra se viver, mas com certeza é um ótimo lugar para apreciar a vida. Venha quem quiser, meus braços e minhas letras estão estendidas para a vida.