sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

POEMA PARA DANIELE

Que outra coisa na terra poderia ser mais bela?
Que criatura ou criador teria tal ousadia?
A luz da vida se apaga quando deitas as pálpebras
E escondes o puro cristal azulado em ti contido
Hoje não há qualquer beleza sem o teu consentimento
E eu, um pobre poeta, a te adorar imensamente
Que da vida apenas é espectador do teu sorriso

Vendo a foto que te enquandra me doi a desalento e a distancia
Saber que não és minha, a não ser no meu humilde desejo
Sinto o mundo calar quando descolas os lábios
Tudo emudece, como se tua voz impusesse uma ordem
E de longe eu procuro recuperar tua lembrança

Mesmo assim, me maltratas ao jugar meu sentimento
A por em xeque meus suspiros e inquietações
Mas mesmo longe, continuo a admirar tua beleza
A expor o meu sentimento mais sincero
E a esperar que a luz da vida nunca deixe...
...jamais deixe de iluminar meu caminho até você.


W.Choppinho

Recife, 12 de Dezembro de 2008
às 18:15h

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O DESPERTAR PARA O MEDO

Já passa das duas e em minha cama
O silencio se faz presente
Respeitoso e inalterado
Como um triste dia de despedidas
Sonhei contigo mais uma vez
Criança a chorar tua partida
E claro que não é só mais um sonho
Nem mesmo mais real ou nítido
É apenas tua aparição em meio as sombras.
No sonho, abriste a porta sem medo
E eu chorei...

Te envolvi em meu abraço mais forte
E supliquei teu perdão ajoelhado
Mas deste-me apenas um olhar gélido,
Um tênue soluço e um afago no rosto
"Não me procures mais", "Adeus"
Despertei em meio ao vazio
Inconsolável, arrasado, febril...
Não quis acreditar naquelas palavras
Não eras tu que as pronunciavam

Acordei e me vi de cara com o medo
Era dele a voz que ouvia
Era ele vestido de ti
Supostamente querendo minhas lágrimas
Pra provar que manda em mim
Pra provar que ainda sou teu
E serei até o fim.

W.Choppinho

Recife, 11 de Dezembro de 2008
às 19:57h

ANTES... DEPOIS

Antes de te conhecer, meu amor
Eu era um estranho de mim mesmo
Eu me escondia das minhas angústias
E me abrigava em meu silencio
Transitava entre o injusto e o ilícito
Mendigava carinho e mansidão

Antes de te conhecer, meu amor
Eu não me via e me feria
Entre arbustos, soluços e medo
Morava no casulo do meu dia
Queria a morte... eu não vivia
Apenas ia e seguia o nada

Antes de te conhecer, meu amor
A terra era de poeira de sonhos
Um áspero tapete de tristezas
Onde, quando cansado, eu dormia
E o futuro era um poço sem fundo
Um rio sem mar e sem beira

Mas te conheci, meu amor...
Fiquei íntimo de mim mesmo
E apareci pras minhas angústias
Me libertei com meu grito
Transito entre o choro e o riso
Agradeço teu carinho e paixão

Só porque te conheci, meu amor
Eu me vejo e nem me corto
Entre rosas, sem remorsos
Moro no ninho do teu abraço
Quero a vida... quero o laço
Do nosso beijo... quero tudo

Pois te conheci, meu amor
E a terra agora é um lugar seguro
Um lindo tapete de alegria
Onde exausto, deito e durmo
E nosso futuro é mar aberto
Em ti navego... em ti mergulho


W.Choppinho (Recife, Maio de 2008)

ANTES DE AMANHECER

Não queira de mim o perdão
De que iria adiantar?
Por que vou te condenar?
Não mais és do meu coração

Eu pisei em teus espinhos
Sem sentir ou ranger a dor
É preferível a angústia do amor
Que o prazer de ser sozinho

Não rogue pelo meu sorriso
Deixo-te ir, sem questionar
Sei que o bom foi te amar
Guardarei sempre comigo
A certeza que o amor...
Como a brisa, já passou
Como o sol, trará seu brilho.

W.Choppinho

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

CARTA À MULHER AMADA (1)

Querida,

Tu que és a principal fonte da minha alegria e razão absoluta do meu viver, a saudade consome até o último suspiro meu. É madrugada de Agosto aqui em Garanhuns e o frio já não me incomoda tanto quanto a distancia que hoje nos separa. Não estar ao teu lado neste momento é como não sentir o mundo, me dói o contra-ponto de aceitar essa tua ausência tão inconveniente.
Tento fazer de conta que estes 3 dias longe de ti passarão tão rápido quanto um breve adeus de uma nau a evadir-se, uma chuva leve em pleno dia de verão ou um vento norte eu rota contrária. Deito... e o travesseiro exala um perfume familiar, como se horas antes adormeceste aqui e foste como a bruma. Como eu queria agora tocar em teu rosto e roçar meu rosto imberbe em tua face, te ver acordar as sete espreguiçando-se com aquele sorriso intrínseco e fulgaz, vestida com o top branco e aquela calcinha de bichinhos.

Querida, a primavera se aproxima e dentre alguns dias estarei aí contigo. Espera meu retorno com o sorriso que faz de mim 1000 vezes mais feliz, que me entregarei a ti com os braços sedentos por teu corpo e palavras tão guardadas, e beijos tão seus quanto qualquer coisa que possa ser mais de ti que de outrem. E te direi que te amo infinitamente e irrefutavelmente, e pousarei em teu abraço como um pássaro perdido a reencontrar o ninho.


W.Choppinho

Garanhuns, 11 de Agosto de 2008

BALADA DO ESQUECIMENTO

Porque a mim pareceu menor o teu esforço.
Não quis o pouco carinho que me ofereceste,
E a falsa impressão da tua presença desmoronou.
É que me falta no peito um coração simples,
O meu sempre mendigou o teu amor.

Nunca cobrei a tua ausencia, por vezes, constante
É que me falta nos olhos uma lente pra realidade
Que me indique a medida certa do que devo sentir
Apaguei o esboço ora informal, ora metódico
Do que poderia ser nossas vidas em uma só
É que me falta nas mãos a firmeza de um toque

De tão amada, foste a única em meus sonhos
Adormecia como se uma gota letal me diluisse
O súbido desejo de tê-la em meus braços
Acalantou meu pesado flagelo de ir embora
Mas não me deste nem a fração mínima aceitável
Do pouco de carinho que suplicava ao teu ouvido
Me negaste a única medida que me bastava
Mas saberei, em outros rumos, encontrar meu caminho.

É que me falta na vida alguém pra amar,
E esse alguem se esconde entre as árvores...
As densas árvores do esquecimento.


W. Choppinho

PERDIDO EM MEU MUNDO

Aqui, eu e meu mundo. Perdido e procurando respostas pras coisas que por muitas vezes não se questionam. Sou um simples jovem, metido a fazer versos do Recife. Cidade que traz a beleza das obras e virtudes de outrora e escancara a miséria e desumanidade. O que eu busco é encontrar a beleza em tudo que se faz presente no universo, nada para mim é completamente sujo que não se possa ver o seu núcleo, a sua essência. O ser humano é belo... é ímpar, tanto na capacidade de amar quanto na qualidade destrutiva. Mas é a beleza do ser que eu procuro, e é por ela que hoje me encontro PERDIDO EM MEU MUNDO. Meu mundo pode não ser um bom lugar pra se viver, mas com certeza é um ótimo lugar para apreciar a vida. Venha quem quiser, meus braços e minhas letras estão estendidas para a vida.