terça-feira, 19 de maio de 2009

ILHADO

Nunca curti minha solidão sozinho, a minha solidão sempre foi a pior - A solidão acompanhada! Meus medos sempre foram órfãos de uma mão que apaziguasse minhas angustias e mesmo assim, nunca estive só. Há dias na vida em que tudo que eu mais quero é estar sozinho, pois há uma lógica adormecida no meu conceito de que muitas vezes eu não sou uma boa companhia para meus amigos. Eu sempre fui a exceção e sempre quis ter uma válvula de escape permanente em minha cabeça. Às vezes me refugio nos braços de mulheres que não amo, que não me amam e muito menos me completam, apenas enxertam concreto em meio as falhas de um coração, que aqui pra nós, já não agüenta mais tanto desprezo. Tem horas em que eu sinto que tudo que eu falo machuca as pessoas que amo e até no clichê do meu cinismo consigo ferir, sem mesmo sentir que isso dói mais em mim do que em qualquer um. Então, desde a semana passada, procuro um lugar longe de todos, um cantinho pra ter meu sossego e dar sossego aos outros, um colo que me abrigue, uma mão que se estenda, um beijo que me acalme e uma palavra que não me condene. Tudo que ouço ultimamente são palavras cortantes, críticas sobre minhas atitudes que, sinceramente, não consigo assimilar. Vão dizer que é por teimosia, vão dizer que é por vaidade, digam o que quiserem... ninguém é santo o suficiente pra me dizer como agir, nem demônio suficiente pra atentar sobre minhas opiniões. Estou mais dentro de mim do que ao meu redor, mais introspectivo, menos espontâneo, menos crítico e mais sensível a essas críticas. Peço para que se ponham em meu lugar, mais sair de um corpo em equilíbrio para abrigar um corpo diluído não é lá a melhor coisa do mundo e nessas horas, até entendo os que se recusam. Tenho acordado tarde e dormido ao nascer do dia. Meu chefe já não agüenta e se eu vacilar, perco o emprego rapidinho. Meu whisky já não tem o mesmo gosto, não sei se é por beber sozinho ou se por saber que ele me traz recordações amargas de um tempo em que a felicidade se sentava à mesa junto conosco e agora a mesa é um porto seguro, um escombro onde me encosto, tá difícil ficar em pé diante da realidade.


Recife, 19 de Maio de 2009
às 00:21h

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PERDIDO EM MEU MUNDO

Aqui, eu e meu mundo. Perdido e procurando respostas pras coisas que por muitas vezes não se questionam. Sou um simples jovem, metido a fazer versos do Recife. Cidade que traz a beleza das obras e virtudes de outrora e escancara a miséria e desumanidade. O que eu busco é encontrar a beleza em tudo que se faz presente no universo, nada para mim é completamente sujo que não se possa ver o seu núcleo, a sua essência. O ser humano é belo... é ímpar, tanto na capacidade de amar quanto na qualidade destrutiva. Mas é a beleza do ser que eu procuro, e é por ela que hoje me encontro PERDIDO EM MEU MUNDO. Meu mundo pode não ser um bom lugar pra se viver, mas com certeza é um ótimo lugar para apreciar a vida. Venha quem quiser, meus braços e minhas letras estão estendidas para a vida.