tag:blogger.com,1999:blog-83616880657815489132024-02-08T05:08:41.510-08:00PERDIDO EM MEU MUNDOUnknownnoreply@blogger.comBlogger61125tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-52984138803233950192011-01-03T20:33:00.001-08:002011-01-03T20:33:27.947-08:00<div>Por um minuto, te olhei e fez-se luz na escuridão da minha vida.</div><div>Hoje, quem me vê, já comenta a felicidade latejante nos meus olhos</div><div>O meu caminhar é mais leve, meu quarto está mais organizado</div><div>Já não deixo livros espalhados pelo chão e o som não está tão alto</div><div>Essa tua chegada aos meus braços enche meu sorriso de verdade</div><div>E como é bom acordar ao teu lado e ver verdade em teu sorriso também</div><div>Esse infinito de paixão e sonhos ao qual compartilhamos</div><div>Merece ser estendido, mas não sei até quando</div><div>Bem sabes que as pessoas que amei de verdade sempre seguiram em frente</div><div>Não quiseram minha companhia para o resto da eternidade</div><div>De verdade, só ficaram as boas lembranças,</div><div>Esse combustível altamente inflamável que me queima por dentro.</div><div>Tu entraste em minha vida como um fio de esperança</div><div>E te aceito como quiseres vir, mesmo contando o tempo</div><div>Me purifique de tudo que me faz podre</div><div>E me tire este medo de amar tão feroz que está guardado em mim</div><div>Por um minuto, me faça crer que jamais irás embora</div><div>Que em qualquer dia ou a qualquer hora, sempre estarás aqui.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Nov/2009</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-51263857970147798842011-01-03T20:28:00.000-08:002011-01-03T20:30:38.976-08:00PRIMEIRO POEMA PARA MARIA<div>Quer saber como me apaixonei por ti?</div><div>Foi como a primeira vez que te vi</div><div>Fez-se alvorecer no ínfimo minuto</div><div>Naquele instante infinitesimal de alegria</div><div>Era uma “meia-hora” extraída de todo o tempo</div><div>Como se o espaço girasse ao redor de mim</div><div>E vi estrelas luzirem na casta da noite</div><div>Eu aqui e você ali, sem nos tocarmos</div><div>Apenas vi teus olhos espremidos nos sorrisos</div><div>E talvez não precisasse nem disso</div><div>Para saber que você já não é inventada</div><div>Pois a certeza da tua chegada aos meus sonhos</div><div>Só se deu porque não me dei a ninguém</div><div>Pois sem querer você já se fez dona</div><div>Da pequena parte totalmente de mim</div><div>Onde não há restos para sobrar</div><div>Não há tempo para perder</div><div>E só há alguém que pode abrigar</div><div>E esse alguém, é você.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Dez/2010</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-36954200047500052152011-01-03T20:21:00.000-08:002011-01-03T20:22:27.848-08:00SEGUNDO POEMA PARA MARIA<div>Menina do brilho nos olhos</div><div>Acorda, pois a vida te chama pra seguir comigo</div><div>Renda-se como quem se dá para o infinito</div><div>Indo buscar nele um novo recomeço</div><div>Agora já não tens mais como fugir.</div><div><br /></div><div>Embora eu tenha chegado tão de repente</div><div>Durante a madrugada que silenciava teu sono</div><div>Um tanto permissivo ante tua pureza</div><div>Ainda que a mulher esteja firme em teu corpo</div><div>Rimos como duas crianças indefesas</div><div>Diante do mar que contemplaremos juntos,</div><div>Adormecidos, apaixonados e mudos.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Dez/2010</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-28006312986846125522011-01-03T20:15:00.000-08:002011-01-03T20:19:07.577-08:00SÚPLICA<div><div>Ele:</div><div>Hoje eu oro por ti e creio na tua volta</div><div>Que passem as horas sob a nuvem fria</div><div>E dias caiam diante do tempo que para</div><div>Na rapidez da suave canção que assobias</div><div>Oro por tua volta em volta dos dias</div><div>Ela:</div><div>Também oro por ti e creio que me esperas</div><div>Pois há muito não acredito em vida vazia</div><div>Hoje só devoto a minha fé em meus sonhos</div><div>Hoje meu tormento é só fumo e sangria</div><div>Oro por tua volta em volta dos dias</div><div>Ele:</div><div>Já não me aguento de tanta saudade</div><div>Pois a tristeza se fez passar por alegria</div></div><div>Fez do meu ombro um cômodo de passagem</div><div>Durante a viagem que nunca acabaria</div><div>Oro por tua volta em volta dos dias</div><div>Ela:</div><div>Isso me sufoca e provoca ansiedade</div><div>Se não mais me amasse, nada valeria</div><div>O que seria a minha luz diante dessa cidade?</div><div>O que seria da felicidade sem a alegria?</div><div>Oro por tua volta em volta dos dias</div><div>Ele:</div><div>Agora me vejo cada vez mais próximo</div><div>Tudo que passou ofuscou tudo que havia</div><div>Pois meus pés não se importam com o caminho</div><div>E meus olhos não suportam mais essa agonia</div><div>Oro por tua volta em volta dos dias</div><div>Ela:</div><div>De certo já ouço teus passos mais perto</div><div>E assim sossego a palidez dessa anemia</div><div>Que faz obstruir o caminho deserto</div><div>Ainda que o coração bata em desarmonia</div><div>Oro por tua volta em volta dos dias.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Maio/2007</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-18705126402980292502010-11-07T17:40:00.000-08:002010-11-07T17:41:39.681-08:00APESAR DO ESCURO<div><div>Assim como quem acorda e encontra tudo fora do lugar</div><div>Eu despertei e não achei uma única pista do meu destino</div><div>Por onde andei, sabia eu, nunca acharia o meu caminho</div><div>Porque fiz do meu eterno "passar dos dias" um breve esquecimento</div><div><br /></div><div>E o alento de me ver chorar apenas ao entardecer também é breve</div><div>Ha passos que se encontram sem nunca terem visto um ao outro</div><div>E mãos que se entrelaçam mesmo antes nunca serem parte de nada</div><div>Há madrugadas em que o berço dos sonhos desde sempre alimentados</div><div>Cai em meio ao poço profundo de mais um copo de whisky barato</div><div><br /></div><div>Assim como confetes na ilusão da profana alegria de criança</div><div>Girando a chave que prendia meu corpo largo, imenso de saudade</div><div>Quis fugir do poço onde me abrigava e correr para a vida</div><div>Fazendo de cada despedida um breve adeus a esperar a volta</div><div><br /></div><div>Mas o alento de me ver chorar apenas ao anoitecer também é breve</div><div>Como breve foram as partidas entre dias e noites ao relento</div><div>E o céu, gris, cinzento, vai também querer chorar um dia</div><div>Inundar nosso caminho, antes seco e vazio, agora turvo</div><div>E que nos fará olhar um no outro e nos enxergar, apesar do escuro.</div></div><div><br /></div><div><br /></div><div>W.Borba (Choppinho) - 11/10/2010</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-42693836719794040132010-10-15T10:51:00.000-07:002010-10-15T10:52:12.026-07:00DE PASSAGEMPartida é a porta que leva<br />Saudade, a janela que traz<br />Volta e depois sossega<br />Como um abraço em que se vai<br />Eu vi braços que se erguiam<br />Entre os vãos por onde andava<br />Ora entravam, ora fugiam<br />Do medo que não passava<br />Estava longe quando parti<br />E solto, o beijo teu ficava<br />Rastejando pelos trilhos<br />E o caminho terminava<br />A saudade então fechava<br />A janela que se abria<br />Sem dizer por onde entrava<br />Fez-se luz onde nada havia.<br /><br />W. Borba (10/10/10)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-85204854793825545462010-08-04T21:11:00.001-07:002010-11-07T17:42:50.533-08:00CRÔNICA Nº 5É, você conseguiu<br />Hoje você conseguiu me fazer chorar<br />Finalmente viste lágrimas em meus olhos<br />Parabéns, você conseguiu<br />Eu não faria diferente<br />Tanto fizeste para que eu fosse só de ti<br />Tanto pediu pra nossos corações serem um<br />Monossilábicos...<br />Diagonalmente teu<br />E tão fácil me dei<br />Fiz por mim, fiz por você<br />Fiz por nós acima de tudo<br /><br />Hoje você não só conseguiu<br />Como me fez sentir dor<br />E eu chorei<br />Chorei e lamentei a tua ausência<br />E tu, tu nada fizeste<br />Talvez tenha sorrido<br />Duvido que tenha sofrido<br /><br />Quanto a mim?<br />Sofri...<br />Se é isso que queres saber, sofri<br />E, de coração, não te culpo por isso<br />Porque se me entreguei a carne e a pele<br />Fui eu, e somente eu me condeno<br />E padeço, saciado de tudo<br />Das mentiras, das bobagens e da tristeza<br /><br />Hoje eu confesso que desabei<br />Desagüei no meu próprio poço sem fundo<br />E desfaleci, torpe, inerte<br />Parei de pedir teu abraço<br />O único laço<br />E vejo que é sempre assim<br />Mente fraca, corpo sóbrio<br />O último gesto de amor<br />É sempre uma palavra de ódio.<br /><br /><br />W. Choppinho<br />(Agosto / 2008)Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-54458827812929586682010-08-02T21:50:00.001-07:002010-08-02T21:50:55.450-07:00PARECIA PERDIDOParecia perdido, porém passou<br />Procurava pôr primeiro os passos<br />Pois parava pela pista e ponderava<br />Porque precisava pintar paredes<br />Prosseguir por entre pincéis<br />Por precaução, preparei plurais<br />Proclamei paixões, perdi meu pares<br />Pude, portanto, permitir a primeira<br />Plenamente perversa pelo que parecia<br />Parar os pilares e pacificar prisões<br />Por parar perante a planície<br />Percebi palmeiras ali plantadas<br />Por pacto ou por pena<br />Pulei pelos pontos pretos<br />Pintados pelos punhos permissivos,<br />Passivos e pretensiosos<br />Pude pedir para parar por piedade<br />Piedade de propósito,<br />Própria da penúria<br />Parecia perdido, porém passou.<br /><br /><br />W.Choppinho<br />Julho, 2010Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-1006030439825392612010-08-02T00:09:00.001-07:002010-08-02T00:09:47.448-07:00CRÔNICA Nº 6Ela tocou meu rosto e disse adeus<br />Saiu pela porta da frente com o olhar cálido<br />Parecia suportar uma dor que não comporta<br />E naquele instante eu me vi mais triste<br /><br />Foi sincera e me deixou a banhar os olhos<br />Senti as mãos gelarem perante sua sombra<br />Partiu como um rio parte a buscar o mar<br />E naquele instante eu me vi mais triste<br /><br />Ela passou a porta e me deu as chaves<br />Olhou a fachada e fechou os olhos<br />Sentiu o sal de uma lágrima cair à boca<br />E naquele instante eu me vi mais triste<br /><br />Me abraçou e beijou meus lábios<br />Vestiu os óculos e atravessou a rua<br />Me olhou de longe a acenou com os dedos<br />E naquele instante eu me vi mais triste<br /><br />Um ano se passou e ela bate a porta<br />Que meses a atravessou chorando<br />Abriu os braços e me abraçou em silencio<br />Tocou minha face e me beijou os lábios<br />Pediu perdão e me amou intenso<br />E naquele instante deixei de ser triste.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-38976871859424158632010-08-01T16:33:00.000-07:002010-08-01T16:38:05.277-07:00CARTA ÀS SENHORAS E AOS SENHORESSoltando os laços eu me regenero. Não sou o que o mundo molda, minha vida não tem roteiro. Eu vivo porque a vida é aquele micro-infinito que usamos pra calcular nossa própria miséria. Não consigo me adequar a exatidão da vida, pra mim é muito mais do que peças que se encaixam. Eu gosto é de bagunça, o inexato me atrai. Gosto de gente de meu lado, sozinho eu não dou conta. A crítica é natural pra quem vive assim, nunca fui e nunca quis ser unanimidade. Aqueles que se cansam da mesmice das coisas, da preocupação com um futuro até mesmo incerto o qual todos eles defendem como o “ciclo natural do homem na terra”, não são felizes. Definitivamente, essa gente não é feliz. São hipócritas que enchem a boca de demagogia e chegam quase a incitar uma masturbação humanística e sociológica. Em que pedra foi escrita que o homem nasce com o propósito de se ver no futuro um ser imóvel e supostamente “saciado” de tudo que já viveu? Esses são os filósofos da famosa frase “não tenho mais idade pra isso”. O tempo da alma não acompanha a cronologia. A vida é mais que viver de recordações e nos satisfazermos com aventuras angustiantes como o aluguel, a escola das crianças e o plano de saúde. E por isso nunca serei aceito, nunca me chamarão para essas caretices como chá-de-bebê e encontro de casais em pleno sábado a noite. Porque meu grito não é pros tímpanos dessa gente careta e falso-moralista. Meu grito é pra lua, meu uivo é pro vento. O futuro é o espelho do que eu sou agora. E se eu tenho sangue nas veias e vivo a derramar meu prazer por aí é porque tou vivo... vivo... vivo!!Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-11272184288458470302010-07-28T21:36:00.001-07:002010-07-28T21:36:42.641-07:00EU ME PERCO SOZINHOEu me perco sozinho. Foram vozes, dentre elas, a que me fala. Pois saudade é poeira do tempo e graxa de engrenagem. Vi-me, eu, a lembrar das tardes em que vinhas a minha procura, com a boca cheia de vontades e os olhos refletindo a luz da face, que a penumbra fez saber do seu segredo escondido diante do primeiro cálice. Fez tomar-se este segredo e descobrir-se diante do abismo, que traz no arcabouço do seu mote a presunção de tornar-se inimigo do seu próprio medo. Cavavas este caminho ante ao teu desejo e choravas de dor. Doía, e com a dor se fazia o dia que explodia no prisma as cálidas mensagens de amor. Se perto era à diante, radiante sorrias e eu só sentia pavor. De certo era tudo o que querias em meio a agonia de enfrentar o passado e ajoelhar-se ante a redenção do mesmo medo. Purificado para ser amaldiçoado, replicava as horas como se segundos antes deste instante, o agora fosse tudo o que não vinha. E mesmo eu, a lembrar teus beijos antes guardados neste mundo louco que é o sonho de sonhar contigo, me fiz de surdo quando falaram dos teus atos desvalidos e insignes. Hoje fora a mesma face e eu não fugi do teu domínio. Este talvez seja o maior dos receios que adormecem longe do meu poço de coragem e desespero. Eu me perco sozinho.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-2419889602435984052010-07-21T19:41:00.001-07:002010-07-21T19:41:35.585-07:00O TERCEIRO ADEUSContudo, ainda se faz tarde no céu cinzento<br />Se pouco via a luz, agora tanto faz como tanto fez<br />Minha pele já não sente o calor dos teus abraços<br />Não é a mesma coisa da luz, é outro lance<br />É como criança prematura e sua necessidade de carinho<br />Não basta cobrir-me no edredom<br />E abraçar o travesseiro<br />Pois nele não há teu cheiro, não se ouve teu ofegar<br />Não me tocas daquele jeito, quando menos espero<br />É um invólucro de papel que não se abre<br />Na devoção que sempre tive a teu apreço<br />Fico como um menino espremido na janela fechada<br />A balbuciar canções que falam da chuva<br />E a tarde se vai com uma saudade incontida<br />Daquilo que não se tem e do que jamais volta.<br /><br />W. Borba – Jan/2010Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-55127423587510126472010-07-21T09:20:00.000-07:002010-07-21T09:21:46.838-07:00AS PUTAS DO RECIFEAs putas do Recife não cobram o que dão<br />Elas são fiés da grana e do status de homens<br />Que andam enviesados pelas ruas com suas pick-ups<br />A mostrar ao mundo que tudo se resume a isso<br />Outros têm fazendas e sítios que impressionam<br />Maioria só tem um carro, presente do pai.<br /><br />As putas de Recife são bonecas de porcelana<br />Com a índole de barro e o caráter de azulejo<br />A vagar nas noites a procura de alguém de sua fé<br />Que banque seus luxos e pague seus whiskys<br />Satisfazendo-se de pouca migalha dada<br />E enchendo os olhos das amigas de inveja.<br /><br />As putas de Recife são as verdadeiras putas<br />Não que em outras cidades elas não existam<br />Mas aqui eu as vejo e posso observá-las<br />Ninguém as encontraram em puteiros ou nas ruas<br />Basta enxergar no topo dos prédios<br />E nos bares chiques da cidade<br />Sempre com algum homem de camisa pólo e brasão<br />Para pagar a fatura com o valor da sua genitália.<br /><br /><br />W.Borba - Mar.2010Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-76775916487536275162010-06-13T18:05:00.000-07:002010-06-13T18:06:42.887-07:00POR QUE VIESTE?<div>Por que eu vim?</div><div>Porque vieste</div><div>Não é só pela vontade</div><div>Não basta ser por um desejo.</div><div>São mais que dois caminhos</div><div>É só e por si só uma necessidade</div><div><br /></div><div>Porque eu vim</div><div>Por que vieste?</div><div>Não é um mero "ter pra você"</div><div>É um sincero "ser de você"</div><div>A gente não se basta se distante</div><div>Pois se junto prolonga a saudade</div><div>Por que eu vim?</div><div>Porque vieste</div><div>Pois o esboço do mesmo corte</div><div>Tá na carne e não na pele</div><div>Somos fieis e desonestos</div><div>Sendo infieis à luz da lealdade</div><div><br /></div><div>Porque eu vim</div><div>Por que vieste?</div><div>Se a rosa é fulígem de fábrica</div><div>E meu eu é espelho do teu sangue</div><div>Antes foste apenas tudo pra mim</div><div>Hoje nem és, pelo que foste um dia.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>W. Borba (Set/08)</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-16959274067794012392010-06-01T14:17:00.000-07:002010-06-01T14:20:15.439-07:00NOVE DIAS<div>Deita em meu abraço agora</div><div>Que lá fora já são três da manhã</div><div>E o amanhã é fato e tempo</div><div>Um consenso entre a sombra e a luz</div><div>Então ainda temos com o que sonhar</div><div><br /></div><div>Ouça, são dois passos e mais um</div><div>Agora já são vários e os nossos</div><div>Somos muitos sendo apenas dois</div><div>E é o tempo que diz se estamos,</div><div>Se somos ou se ainda temos</div><div><br /></div><div>Veja o sol que nasce por entre as nuvens</div><div>Nove dias procurando a sua luz</div><div>Deitados entre pedras e algodões</div><div>Num longínquo espaço entre dois nós</div><div>Que parte o tempo em três depois</div><div>E une os braços em um só antes.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>W. Borba</div><div>Maio de 2010</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-26729538851235970552010-05-31T19:22:00.000-07:002010-05-31T19:23:27.459-07:00SENTAR-SE À MESA<div>Já faz tempo que eu digo</div><div>Que pra sentar-se à mesa comigo</div><div>O sujeito tem que ter coração</div><div>Tem que sofrer de fato e de direito</div><div>Não ter nenhum preconceito</div><div>De cor, sexo ou religião</div><div>Tem que falar de uma antiga ilusão</div><div>Destilar sua angústia guardada no tempo</div><div>Tem que saber que o sofrimento</div><div>É a viga que sustenta sua desolação</div><div>E de que vale uma noite no bar</div><div>Se o homem não chorar</div><div>Lembrando sua grande paixão?</div><div>Tem que cantar Alcione comigo</div><div>Lamentar a morte do Vinícius</div><div>E crer no poder da reencarnação</div><div>Acender um cigarro de menta</div><div>Perguntar se o garçom agüenta</div><div>Mas uma horinha de sofreguidão</div><div>Rir em tom de cinismo</div><div>Das morenas que passam sorrindo</div><div>Clamando por nossa atenção</div><div>Por fim, pedir a tal dolorosa</div><div>Dar uma gargalhada fogosa</div><div>E um abraço aqui, no irmão.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>(<i>W. Borba - Fevereiro de 2008)</i></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-29499262506667730262010-05-18T11:01:00.000-07:002010-05-18T11:03:09.294-07:00CRÔNICA Nº 7<p class="MsoNormalCxSpFirst">Ainda é o mesmo quarto em que juntos confabulávamos e dividíamos tantos segredos. Ainda ouço Smiths e Chico antes de dormir. A sala mesmo vazia, emana reflexos oriundos do passado, como um enorme holograma das nossas próprias lembranças. E indiferente, ali estou eu... sentado no canto da sala, deitado em teu colo. Ainda sinto o cheiro do café torrado e dos ovos fritos que costumavas deixar passar do ponto. Ainda é o livro do Hermann Hesse que repousa com a orelha dobrada na página 76. Sim, ainda uso cuecas - box brancas.. e parece que foi ontem que zombavas de mim por preferires as velhas samba-canções que usava desde os 22 anos. O vizinho ainda me pede toda sexta pra eu baixar o som da sala, ainda ouço o latido dos cães brigando por sexo no meio da rua. Mesmo não podendo exagerar, ainda fumo alguns cigarros quando estou bebendo e acho que vou parar mais cedo do que imaginava. E tudo que eu fale agora talvez seja pra ainda poder dizer que sinto tua falta. E talvez nunca pudesse deduzir que sentiria tanto, mesmo tão ocupado e sem tempo pra nada. É que cada pedacinho dessa casa tem o teu retrato impresso em lágrimas com uma tinta invisível. Pois essas paredes lamentaram junto comigo a tua ausência e esta caneta já se finda por excesso de uso. Ainda dá pra sorrir no fim da tarde, a solidão passa a ser companheira de todas as horas. Acho que o "fica bem" que disseste antes da partida tem um sentido, agora, mais abrangente. Ainda quero te dizer que estou bem, mesmo com tudo que me toma, essa explosão de sandices quando toco no teu nome. Ainda quero que me encontres, em qualquer lugar longe daqui. É preciso sentir que existes fora desta realidade a qual compartilho todos os dias.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-67174492270752278792010-04-01T07:57:00.001-07:002010-04-01T07:58:32.351-07:00<div>É tarde triste e manhã sem rosto</div><div>Feliz é o sol que se esconde dos outros</div><div>E outros que se escondam de si</div><div>Pela noite instruída a não se expor</div><div>Cuidam de rosas extintas no pé</div><div>Abrem portas que pelo lado de fora</div><div>Contam estrelas sem saber para que.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>W.Borba</div><div>Recife, 01 de Abril de 2010</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-2775250325960916092010-03-31T22:14:00.000-07:002010-03-31T22:16:32.229-07:00CINCO ALMOFADAS VERMELHAS<div>Numa noite, qualquer noite, noite passada</div><div>Era madrugada enquanto te via</div><div>Te emoldurava quadro a quadro em teus gestos</div><div>E teu olhar, aquele olhar, do primeiro ao último olhar</div><div>Sem querer me refletia</div><div>Sem querer abri meus olhos</div><div>Sem querer te conhecia</div><div>Tudo se espalhou e tudo convergia</div><div>Em cada toque, em cada beijo, em cada sorriso</div><div>Eu me nutria de desejo e te queria</div><div>Te seduzia e te deixava sem graça</div><div>Alí na sala, uma cerveja, cinco almofadas vermelhas</div><div>O tapete e você,<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></div><div>Você no centro de tudo e tudo em volta estava escuro</div><div>Sem ligar para o cansaço, encolhida em meu abraço</div><div>Éramos nós e o nascer do dia</div><div>Minha boca em teu pescoço, tua mão na minha</div><div>Te beijei, te senti, e teu cheiro entorpecia</div><div>Pele branca, cabelos negros,</div><div>Um sorriso que de tão verdadeiro</div><div>Transformava tudo aquilo um mero faz-de-conta</div><div>Mas não querias, não te deste a mim</div><div>Tantas razões e nenhuma convencia</div><div>Mas esse amanhecer contigo</div><div>Vou levar sempre comigo</div><div>Até o fim dos meus dias.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>W.Borba</div><div>Recife, 31 de Março de 2010</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-77411751987870340182010-03-08T19:58:00.001-08:002010-07-03T12:56:34.904-07:00UM EU QUE CHORA QUANDO NÃO ESTOUO EU que aparece em volta desta sombra<br />É deserto e renasce ao mesmo tempo<br />Por vias de uma morte anunciada de fato<br />É um EU que muda com o passar das horas<br />Um sino que badala a penumbra erma<br />Esse EU que aparece no centro do meu teto<br />É um hóspede da sua própria insolência<br />Data a ferida exposta com a casca<br />Mergulha ainda que disperso onde se nutre<br />Sem ser maravilha, sem ser desprezo<br />Como um gole do mesmo veneno que o mata<br />É um EU que absorve um adeus com saudade<br />E devora um abraço com penúria e sofreguidão<br />A mil metros de um silencio ensurdecedor<br />Se abriga com um medo de achar a porta<br />Do elevador que se transfere em vãos<br />Esse EU quer ser o mesmo que o chamam<br />Entre o ouvido e a palavra falada<br />Morre em meio ao fogo que brota do chão.<br /><br /><br />W.Choppinho<br />Março de 2009Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-73234935670081828282010-03-08T19:56:00.000-08:002010-06-17T10:20:41.919-07:00POEMA EM LÁ MENORÉ quase como não ver a vida<br />Cada vez que de ti me aproximo<br />E declamo versos tortos, ingênuos<br />As vezes te faz pensar que nada mais declaro<br />A não ser essa minha incoercível vontade<br />E esse meu desejo constante e indizível<br />De protelar tua partida<br />Deste-me o prazer da tua companhia<br />Das tantas vezes que olhei em teus olhos<br />E me parecia como se nada existisse<br />Além de uma tristeza ainda doída<br />Mas acima de tudo, um olhar pedinte<br />Um sorriso quase que forçado<br />Esperando o feixe de um sol adormecido<br />Pronto para o sereno despertar de um júbilo.<br />E por fim, a tua beleza<br />Calmamente contemplada por meus olhos<br />Desfiando teu contorno no cerne da ilusão<br />E te venero, e te idolatro<br />Mesmo sem teu consentimento<br />Mesmo com todo o teu desprezo<br />Do que vem a ser teu nome, a rainha do mar<br />Cabelos escuros e pele branca<br />A dourar as folhas que te “clorofilam”<br />E a me fazer fiel ao teu contentamento<br />Sempre quando por mim passares<br />As folhas deste meu jardim pálido<br />Renascem em devaneios do tempo.<br /><br /><br />W.Choppinho<br />Março de 2009Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-80341374639882035592010-02-02T19:29:00.001-08:002010-02-02T19:29:45.674-08:00AINDA CAMINHAS PELA CASATua sombra ainda caminha pela casa<br />Num falar baixo, num caminhar leve<br />Ainda deitas sobre o lado esquerdo da cama<br />Figuras como um imenso corte de seda<br />Perfumada com maçãs colhidas na alvorada<br />Teus passos ainda são audíveis<br />Ao mesmo tempo em que me causa estranheza<br />Estás no caule da mesma margarida<br />És o tempo e o contratempo da saudade<br />Mumificada em minha lembrança<br />Idolatrada em minha profunda tristeza<br />Não há muito o que se pensar<br />Pois adormeces em meu desassossego<br />Diante o mesmo ponto eqüidistante<br />Ao outro lado do infinito<br />Ainda que inerte, a casa vazia,<br />Soa como um grito ensurdecedor no silencio<br />Ainda que não se escute tuas preces<br />A mesma madrugada vai encobrir meus olhos<br />Com a mesma saudade que me cobre de lágrimas<br />Agora não há mais nada além do inexprimível<br />São só trovões e chuva torrente<br />E a casa sempre irá permanecer morta<br />Enquanto dela estiveres ausente.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-71966308652024161472010-02-02T16:51:00.000-08:002010-02-02T16:52:42.102-08:00A ILUSÃO ABSURDA DA VIDAEntão é Fevereiro e chega a hora do sonhar<br />Do faz de conta inquietante e necessário.<br />A cada ano a gente se veste de desejo<br />De saudade, de crítica, de anarquista louco.<br />Dar na cara o pó da ilusão absurda da vida<br />Ser palhaço e ser um bêbado maluco pelas ruas<br />Procurando um olhar que dê paixão<br />Por dizer assim, um coração que se estilhace<br />E no meio da folia se abrigue uma saudade<br />Por mais que louca, por mais que vadia<br />É só um porre de insanidade nas narinas<br />Descer ladeira e se espremer na multidão<br />A cantar a oração sádica da balbúrdia<br />Beijar a boca da primeira bailarina<br />Que se esbalda de sonhos ante olhos<br />Ou da borboleta que passeia perfumada<br />Inebriando o caminho por onde passa<br />É hora do burguês mendigar o beijo<br />E do plebeu ser ator de si mesmo<br />Pulemos a cantiga do escárnio generalizado<br />Como nunca antes frevamos nas ladeiras do tempo<br />Por um momento, por um desejo<br />O beijo, o sonho, o porre e o medo.<br /><br /><br />W.Choppinho<br />Recife, 22 de Janeiro de 2010Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-13280622043043860032009-11-25T06:38:00.000-08:002009-11-25T06:43:01.574-08:00E EU QUE ME COBRI DE FLORES...E eu que me cobri de flores esperando a primavera<br />Pudera, ela nunca mais retornará<br />Pois os passos perdidos no tempo se desfizeram<br />E a busca pela estirpe da flor se extinguiu<br />Pobre têmpora que habita as colinas austrais<br />O pavor fez com que elas secassem ante os olhos<br />Paralíticos e vacilantes de um eu,<br />Pobre e desacreditado que em mim não existe mais<br />Me cobri de abraços passionais e férvidos<br />Imbuído em te aceitar como ama do meu beijo<br />Te esperando pela madrugada densa<br />Que agora repousa sobre o travesseiro<br />Uma espera amedrontada e silenciosa<br />Além do vaticínio descabido de uma vida<br />Mas esperei a primavera assim como num sonho<br />E ela se foi sem nem ter tocado o chão<br />Fiz da grata surpresa de um novo amanhecer<br />Uma ilusão dolorosa dessa espera infindável<br />Programada para nunca mais acontecer<br />Por culpa dessa minha esperança inesgotável.<br /><br /><br />W.Choppinho<br />Recife, 24 de Novembro de 2009Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8361688065781548913.post-63218344911128211432009-11-16T18:01:00.001-08:002009-11-16T18:02:21.632-08:00DIGA LÁ, CORAÇÃODiga lá coração<br />Fala dessa alegria que te toma<br />Fala da menina que habita em ti<br />Como ela é?<br />O que ela quer?<br />O que você vê?<br />Diga lá coração<br />Conta as flechas de sorrisos<br />Adormecidos e empilhados<br />Tantas e tantas noites em claro<br />Fala desse amor que é teu<br />E ela compartilha contigo<br />Todo afeto desse menino<br />Desse garoto franzino<br />Que pulsa e não pede por nada<br />Conta desse desapego com o mundo<br />De não querer ser dono de nada<br />Nem das suas vontades<br />Nem da sua fé<br />É ela, simplesmente ela<br />Morena, pequena, faceira<br />Diga lá coração<br />As tantas minúcias e carícias<br />A ti dedicadas e flambadas<br />Com o óleo quente da cidreira<br />A busca por saber de nada<br />Da alma, da fala, do riso<br />De tudo que é preciso<br />De tudo que é mais raro<br />Diga lá coração<br />Se abre comigo<br />Me mostra o mendigo da força da imaginação<br />Que faz dos lampejos sua honra<br />O mal intocado que ajuda a viver<br />Diga lá coração<br />O que eu já sei<br />Pois o que não sei já deixei pra trás<br />Deixei morrer.<br /><br /><br />W.Choppinho<br />Recife, 16 de Novembro de 2009Unknownnoreply@blogger.com0