terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

AINDA CAMINHAS PELA CASA

Tua sombra ainda caminha pela casa
Num falar baixo, num caminhar leve
Ainda deitas sobre o lado esquerdo da cama
Figuras como um imenso corte de seda
Perfumada com maçãs colhidas na alvorada
Teus passos ainda são audíveis
Ao mesmo tempo em que me causa estranheza
Estás no caule da mesma margarida
És o tempo e o contratempo da saudade
Mumificada em minha lembrança
Idolatrada em minha profunda tristeza
Não há muito o que se pensar
Pois adormeces em meu desassossego
Diante o mesmo ponto eqüidistante
Ao outro lado do infinito
Ainda que inerte, a casa vazia,
Soa como um grito ensurdecedor no silencio
Ainda que não se escute tuas preces
A mesma madrugada vai encobrir meus olhos
Com a mesma saudade que me cobre de lágrimas
Agora não há mais nada além do inexprimível
São só trovões e chuva torrente
E a casa sempre irá permanecer morta
Enquanto dela estiveres ausente.

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PERDIDO EM MEU MUNDO

Aqui, eu e meu mundo. Perdido e procurando respostas pras coisas que por muitas vezes não se questionam. Sou um simples jovem, metido a fazer versos do Recife. Cidade que traz a beleza das obras e virtudes de outrora e escancara a miséria e desumanidade. O que eu busco é encontrar a beleza em tudo que se faz presente no universo, nada para mim é completamente sujo que não se possa ver o seu núcleo, a sua essência. O ser humano é belo... é ímpar, tanto na capacidade de amar quanto na qualidade destrutiva. Mas é a beleza do ser que eu procuro, e é por ela que hoje me encontro PERDIDO EM MEU MUNDO. Meu mundo pode não ser um bom lugar pra se viver, mas com certeza é um ótimo lugar para apreciar a vida. Venha quem quiser, meus braços e minhas letras estão estendidas para a vida.